Atualmente,
vivemos com medo. Medo pela nossa vida, pela vida dos nossos e pela da
humanidade.
Esse
medo vai permitir proteger-nos, a nós e aos outros. Vai levar-nos a respeitar
as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde): lavar frequentemente as
mãos, ter etiqueta respiratória, manter distanciamento social e ficar em casa.
O
medo é uma emoção básica e universal, que assim como as outras emoções
primárias (alegria, tristeza, zanga, nojo e surpresa) quando é adequado ao
contexto vivenciado, tem uma função adaptativa e de sobrevivência.
Diferentemente
da zanga e da tristeza, o medo está habitualmente relacionado com o futuro. É
uma espécie de aviso sobre a possibilidade de alguma ameaça, que neste momento
é real. O medo prepara-nos para o perigo e faz-nos procurar segurança. Ficamos
alerta para algo que está prestes a acontecer. É uma reação de luta ou fuga que
leva a modificações fisiológicas: os músculos ficam tensos (o que nos deixa
prontos a lutar ou fugir), a respiração acelera e é superficial, os batimentos cardíacos
aumentam, os olhos ficam abertos e alerta, o que nos deixa mais despertos e
conscientes. Estas modificações físicas preparam-nos para enfrentar o perigo,
para detetá-lo adequadamente, para eliminá-lo ou para fugir. Este é o propósito
do medo.
Quem
não tem medo, desde que não excessivo e paralisante, está em perigo.
Tenha
medo e cuide dele:
1 - Faça tudo o que está ao seu alcance e
é recomendado pelas autoridades de saúde para se proteger e proteger os outros.
Isto dará alguma sensação de controlo.
2 - Cuide do seu corpo e da sua mente: mantenha
as suas rotinas habituais dentro do possível, faça exercício, alimente-se de
forma adequada, medite, fale por telefone com familiares e amigos, realize atividades
que gosta.
3 - Não entre em desespero e, se isso
acontecer, não tenha vergonha em pedir ajuda a um psicólogo.
4 - Mantenha-se esperançoso e confiante.
O medo vai permitir que uns lutem contra a ameaça (profissionais de saúde,
forças de segurança, entre muitos outros) e outros fujam (isolando-se e
protegendo-se).
Catarina Barra Vaz
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