08 June 2020

Orientação Vocacional



A adolescência (palavra derivada do latim adolescere que significa crescer) é a etapa da vida por excelência da transformação. Nesta fase de mudanças (físicas, cognitivas, emocionais e sociais) o adolescente depara-se com uma série de escolhas que definirão o seu futuro, dentro delas, a profissional.

Nesta escolha, o adolescente não opta só pelo percurso académico/formativo ou por uma actividade de trabalho, mas também por um estilo de vida, rotina e ambiente, ou seja, decide não só o que quer fazer, mas o que quer ser. Assim, é natural que nesta fase surjam dúvidas, conflitos e ansiedade, que caso se deixem arrastar muito tempo poderão traduzir-se na necessidade de consulta psicológica.

Os momentos de decisão académica mais importantes surgem no final do 9º ano de escolaridade – quando o jovem tem de escolher a sua via de continuação de estudos (Ciências e Tecnologias, Ciências Sócioeconómicas, Línguas e Humanidade ou Artes Visuais) ou via profissionalizante de dupla certificação – e após a conclusão do 12º ano – ao escolher o seu percurso académico e/ou profissional.

Sabe-se hoje que existem várias determinantes psicológicas que, de uma forma dinâmica, influenciam a escolha vocacional: maturidade vocacional, inteligência (cognitiva e emocional), interesse, valores, necessidades, traços de personalidade e auto-conceito. Torna-se crucial que este processo de tomada de decisão seja consolidado com informações sobre as aptidões e interesses pessoais, as opções disponibilizadas pelas instituições de ensino e formação e as vantagens e desvantagens que cada percurso acarreta.

Importa referir que este processo não é estanque, ou seja, ao escolher determinada área de estudos/formação no 9º ano, todo o percurso que o jovem fizer até à entrada no mundo profissional irá consolidar essa primeira escolha ou mudá-la. Não há um caminho certo e único e é sempre possível reformulá-lo.

Mas o que é a Orientação Vocacional?

A escolha de uma profissão é um dos momentos mais importantes na vida de uma pessoa. Torna-se crucial que este processo de decisão seja consolidado com informações sobre as aptidões e interesses pessoais, as opções disponíveis e, também, sobre as vantagens e desvantagens que cada percurso acarreta.

A Orientação vocacional é um processo, conduzido por profissionais de psicologia, que através de entrevista e de provas de interesses, aptidões, valores e personalidade, dá algumas orientações sobre o percurso académico e profissional indicado, bem como estratégias de autoconhecimento e pesquisa. Não toma a decisão, mas apoia no processo.

A Orientação Vocacional destina-se a:
✓ Jovens que se encontram no 9º ano de escolaridade e se confrontam com a primeira tomada de decisão;
✓ Jovens que estão entre o 10º e o 12º ano e estão indecisos quanto à escolha da formação superior ou outros percursos formativos.

A Orientação Vocacional, quer seja presencial, quer seja online, processa-se nas seguintes etapas:

1) Entrevista (sessão individual de 1 hora com o jovem para diagnóstico de necessidades de orientação vocacional e identificar expectativas do jovem e dos seus encarregados de educação);

2) Avaliação (sessão individual de 2 horas cada para aplicação de provas: aptidões, interesses e aptidões profissionais, personalidade vocacional e valores;

3) Sessão individual de entrega do relatório com informação e discussão dos resultados.


Este processo tem como objetivos fornecer informação, contribuir para o amadurecimento de ideias e desenvolver competências com vista a uma tomada de decisão informada e consciente.

Catarina Barra Vaz - Psicologia & Psicoterapia



07 April 2020

Psicologia online

Porque a Saúde Mental é ainda mais importante nesta fase e deve ser acessível a todos, durante o estado de emergência, todas as minhas consultas serão realizadas à distância (vídeochamada ou telefone) e terão um valor de Responsabilidade Social.




Catarina Barra Vaz - Doctoralia.com.pt

18 March 2020

Medo, para que te quero?



Atualmente, vivemos com medo. Medo pela nossa vida, pela vida dos nossos e pela da humanidade.

Esse medo vai permitir proteger-nos, a nós e aos outros. Vai levar-nos a respeitar as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde): lavar frequentemente as mãos, ter etiqueta respiratória, manter distanciamento social e ficar em casa.

O medo é uma emoção básica e universal, que assim como as outras emoções primárias (alegria, tristeza, zanga, nojo e surpresa) quando é adequado ao contexto vivenciado, tem uma função adaptativa e de sobrevivência.

Diferentemente da zanga e da tristeza, o medo está habitualmente relacionado com o futuro. É uma espécie de aviso sobre a possibilidade de alguma ameaça, que neste momento é real. O medo prepara-nos para o perigo e faz-nos procurar segurança. Ficamos alerta para algo que está prestes a acontecer. É uma reação de luta ou fuga que leva a modificações fisiológicas: os músculos ficam tensos (o que nos deixa prontos a lutar ou fugir), a respiração acelera e é superficial, os batimentos cardíacos aumentam, os olhos ficam abertos e alerta, o que nos deixa mais despertos e conscientes. Estas modificações físicas preparam-nos para enfrentar o perigo, para detetá-lo adequadamente, para eliminá-lo ou para fugir. Este é o propósito do medo.

Quem não tem medo, desde que não excessivo e paralisante, está em perigo.

Tenha medo e cuide dele:

1 - Faça tudo o que está ao seu alcance e é recomendado pelas autoridades de saúde para se proteger e proteger os outros. Isto dará alguma sensação de controlo.

   2 - Cuide do seu corpo e da sua mente: mantenha as suas rotinas habituais dentro do possível, faça exercício, alimente-se de forma adequada, medite, fale por telefone com familiares e amigos, realize atividades que gosta.

  - Não entre em desespero e, se isso acontecer, não tenha vergonha em pedir ajuda a um psicólogo.
   
   4 - Mantenha-se esperançoso e confiante. O medo vai permitir que uns lutem contra a ameaça (profissionais de saúde, forças de segurança, entre muitos outros) e outros fujam (isolando-se e protegendo-se).

    Catarina Barra Vaz