Diz-se que a sociedade de hoje está
muito egoísta mas, na verdade, em muitos momentos sentimos dificuldade em
afirmar o que somos, pensamos e sentimos em diversos contextos (profissional,
social, familiar, conjugal, etc).
De facto, muitas vezes se confunde
agressividade com assertividade. A grande diferença entre ambas é que na
primeira afirmamo-nos atacando, não dando espaço ao/s outro/s enquanto que na
segunda somos capazes de reconhecer o outro que é necessariamente diferente de
nós, com as suas expectativas, crenças e sentimentos, dando-lhe espaço para
manifestar-se. No fundo, para sermos assertivos temos de aceitar que eu não sou
o outro nem o que o outro espera de mim, mas também o inverso, e que os
conflitos, sejam internos (connosco próprios) ou externos (com outro/s) fazem
parte da existência humana.
Além da aceitação da diferença e do
conflito, a assertividade pressupõe auto-estima, ou seja, gostarmos de nós
próprios, para termos capacidade e nos julgarmos merecedores de satisfazer as
nossas necessidades. Quando a auto-estima é deficitária, por norma, temos uma atitude
passiva, pondo o controlo no outro. Não reconhecemos os nossos direitos e não
os reivindicamos o que pode gerar um ciclo vicioso pernicioso: “ninguém me
respeita”, “abusam sempre de mim”, etc., quando somos nós próprios que o
permitimos.
Existe também o comportamento
manipulativo no qual, de forma discreta, damos a entender que atendemos às
necessidades dos outros, mas só o fazemos para ter ganhos próprios.
Primeiramente poderá ser confundido com assertividade, mas quando descoberto,
minará as relações interpessoais.
É salutar que em situações em que nos
sintamos mais vulneráveis adoptemos uma assertividade mais defensiva e
agressiva enquanto que quando nos sentimos protegidos e aceites a tendência é
uma assertividade mais passiva, pois não temos necessidade de nos afirmar.
A assertividade pode ser aprendida e
desenvolvida. Habitualmente, temos mais dificuldade em determinados settings (Exº não temos qualquer questão
com os nossos familiares, mas não conseguirmos ser assertivos com o nosso
chefe), ou seja a pessoa não se categoriza assertiva em termos absolutos mas sim
contextualmente.
Ao sermos mais assertivos aumentamos
o respeito por nós próprios e autoconfiança no relacionamento com os outros,
não tendo uma necessidade constante de aprovação. Consequentemente, os outros
respeitar-nos-ão mais e teremos relações interpessoais mais satisfatórias.
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