18 March 2020

Medo, para que te quero?



Atualmente, vivemos com medo. Medo pela nossa vida, pela vida dos nossos e pela da humanidade.

Esse medo vai permitir proteger-nos, a nós e aos outros. Vai levar-nos a respeitar as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde): lavar frequentemente as mãos, ter etiqueta respiratória, manter distanciamento social e ficar em casa.

O medo é uma emoção básica e universal, que assim como as outras emoções primárias (alegria, tristeza, zanga, nojo e surpresa) quando é adequado ao contexto vivenciado, tem uma função adaptativa e de sobrevivência.

Diferentemente da zanga e da tristeza, o medo está habitualmente relacionado com o futuro. É uma espécie de aviso sobre a possibilidade de alguma ameaça, que neste momento é real. O medo prepara-nos para o perigo e faz-nos procurar segurança. Ficamos alerta para algo que está prestes a acontecer. É uma reação de luta ou fuga que leva a modificações fisiológicas: os músculos ficam tensos (o que nos deixa prontos a lutar ou fugir), a respiração acelera e é superficial, os batimentos cardíacos aumentam, os olhos ficam abertos e alerta, o que nos deixa mais despertos e conscientes. Estas modificações físicas preparam-nos para enfrentar o perigo, para detetá-lo adequadamente, para eliminá-lo ou para fugir. Este é o propósito do medo.

Quem não tem medo, desde que não excessivo e paralisante, está em perigo.

Tenha medo e cuide dele:

1 - Faça tudo o que está ao seu alcance e é recomendado pelas autoridades de saúde para se proteger e proteger os outros. Isto dará alguma sensação de controlo.

   2 - Cuide do seu corpo e da sua mente: mantenha as suas rotinas habituais dentro do possível, faça exercício, alimente-se de forma adequada, medite, fale por telefone com familiares e amigos, realize atividades que gosta.

  - Não entre em desespero e, se isso acontecer, não tenha vergonha em pedir ajuda a um psicólogo.
   
   4 - Mantenha-se esperançoso e confiante. O medo vai permitir que uns lutem contra a ameaça (profissionais de saúde, forças de segurança, entre muitos outros) e outros fujam (isolando-se e protegendo-se).

    Catarina Barra Vaz


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